quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Incentivo do governo ou interesse dos alunos

No Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) DE 2008. os alunos das 6 escolas públicas e privadas que oferecem ensino médio regular em Cachoeira, obtiveram a média de 45,10 numa escala de 0 a 100, inferior à média dos alunos brasileiros, que foi de 49,45.
Mas a que se deve esse déficit? O problema está nos alunos ou na educação que é oferecida no município?
Em entrevista, Alexsandro Rocha, coordenador do cursinho pré-vestibular INSIGHT e professor de sociologia e filosofia do Colégio Estadual da Cachoeira, falou sobre os problemas na educação, as dificuldades e os projetos.
Segundo ele, o problema é histórico. Os colégios públicos eram freqüentados apenas pela elite do país. Com o passar do tempo, a população de classe baixa começou a reivindicar o acesso à escolas também. Criaram-se escolas particulares, inexistentes até o início do século XX, para transferir os filhos dos poderosos da época e acolher os menos favorecidos nas escolas públicas. Desde então o nível da educação pública começou a cair gradualmente. Hoje isso se tornou um problema devido ao grande número de crianças analfabetas ou sem estudo adequado e outras tantas sem condições de, sequer, estudar.
Contudo, ele diz ainda que apesar das grandes dificuldades, algumas iniciativas tem sido tomadas para que esse quadro seja revertido. Ele dá o exemplo do curso pré-vestibular ParaTodos que o próprio colégio disponibiliza pra os alunos que não tem condições de acesso a um particular. Custeado pelo governo, ele oferece oportunidade a quem precisa.
Como coordenador do INSIGHT, informou que o cursinho recebe anualmente cerca de 250 alunos, divididos em duas turmas; uma vespertina e outra noturna. Desses, apenas 50% concluem o curso. Mas, apesar disso, os índices de aprovação são satisfatórios. Disse também que a prefeitura, através da Secretaria de Ação Social, tem um convenio com cursinho no qual são disponibilizadas 200 bolsas para alunos mais carentes.
Por fim ele faz uma ressalva quanto aos alunos e aos próprios professores. [Existem aqueles que realmente querem progredir, mas existe uma maioria que, infelizmente não dá a devida importância que a educação merece. E que no geral, devido à própria carência na educação brasileira, os alunos se acomodaram, não demonstram interesse de crescer. E isso reflete nos números.
Em contrapartida a todos os números, Alfredo Pinto da Silva Jr., estudante do 4º semestre do curso de História da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, concluiu o ensino médio aos 16 anos, e ingressou na faculdade sem nunca, sequer, fazer um cursinho. Ele associa seu desempenho ao esforço e à vontade de crescer, que segundo ele, os outros 60 colegas de sua sala não tinham.
Fica então a grande questão sem resposta: É o governo que não toma providências ou os alunos, realmente, estão cada vez mais desinteressados?

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